“Olhares curiosos incomodam”, afirma modelo com cicatrizes

A modelo Giulia Dias sofreu uma acidente de carro aos 9 anos, que deixou cicatrizes em várias partes do corpo, inclusive no rosto. Com uma história de superação e aceitação, a curitibana de 23 anos, que mora em Florianópolis, tem conseguido trabalhos para várias marcas, inclusive de beleza.

Giulia Dias (Foto: Reprodução/Instagram/@giuliadias)
Giulia Dias (Foto: Reprodução/Instagram/@giuliadias)

O que parecia inimaginável tempos atrás, hoje é realidade. No ano passado, a modelo assinou contrato com a Avon e hoje atua para várias outras marcas, sem nunca esconder as cicatrizes que possui desde criança. Em vídeo exclusivo gravado para o “Elas no Tapete Vermelho” em 2021, Giulia confessou que nunca precisou superar suas cicatrizes. “Desde o momento que as vi, entendi que iriam fazer parte da minha história de vida. Iriam representar um pouco da minha força e da minha resiliência.” Veja o vídeo abaixo.

Giulia encerra a série desta semana do “Elas no Tapete Vermelho”, que enviou 5 perguntas a modelos que fogem do padrão, publicadas desde terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher. A modelo plus size Raphaella Tratske foi a primeira; na quarta (9), Thais Queiroz, modelo negra e que vive no Complexo da Maré, comunidade do Rio de Janeiro; e na quinta (10), foi a vez da modelo trans Kayla Oliveira, que fez uma apelo: “Parem de matar as pessoas trans”.

Giulia Dias (Foto: Junior Becker/Divulgação)
Giulia Dias (Foto: Junior Becker/Divulgação)
Confira as respostas de Giulia Dias

Elas no Tapete Vermelho – Qual o maior perrengue que você passou por ser mulher com cicatrizes? 

Giulia Dias – Ser mulher por si só já é um grande perrengue, ainda mais na sociedade em que vivemos, mas para uma mulher com cicatriz os olhares curiosos e desconfortáveis são um grande incômodo.

Elas No Tapete Vermelho – Nesta Semana da Mulher, o que você realmente gostaria de comemorar?
Giulia Dias – Eu quero comemorar a força feminina, nós mulheres somos muito fortes e perspicazes. Quando achamos essa força, acontece uma libertação, quebra de paradigmas e crenças limitantes. Quando tem essa virada de chave, a mulher consegue viver e ser ela por inteira.

Elas No Tapete Vermelho – Você acha que a sociedade evoluiu? Se sim, por quê? Se não, por quê?
Giulia Dias – A sociedade está evoluindo, sempre! Hoje em dia, com a acessibilidade a informação, conseguimos ter a nossa própria ideologia e forma de pensar além do conhecimento adquirido com as pessoas próximas, além da nossa cultura. Está muito mais fácil se informar e podermos tirar nossa própria conclusão sobre as coisas, sem ser induzido ou coagido a algo. Se antes uma mulher não reconhecia um relacionamento abusivo, hoje com a repercussão de casos e explicações sobre o assunto, já fica mais fácil achar o problema e resolver.

Elas No Tapete Vermelho – Há sororidade/parceria entre as mulheres com cicatrizes?
Giulia Dias – Na minha vida, com certeza, recebo diversos relatos sobre mulheres e homens com cicatrizes, histórias, marcas internas, e sempre acontece uma troca muito boa com essas pessoas. Eu recebo carinho e afeto e dou carinho e afeto com essas trocas.

Elas No Tapete Vermelho – Qual o recado que você gostaria de deixar nesta Semana da Mulher para a sociedade em geral e também para os jovens?
Giulia Dias – Quando eu era mais nova, sempre falava para as minhas amigas que o maior ato de altruísmo é amar a si próprio e hoje essa frase faz muito mais sentido e tem muito mais peso para mim. Essa é a mensagem que sempre passo para quem me acompanha: amar a si mesmo é o maior ato que você pode fazer e quando acontece a percepção do que é amar-se, a vida se torna mais leve e alegre.

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