Moda x pandemia: novo fio promete desativar coronavírus em roupa

Foto: Reprodução/Canva
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Imagine usar uma roupa que tem o poder de desativar a ação de bactérias e vírus, como o novo coronavírus. Pois bem, isso não é ficção científica e é bem provável que em menos de um mês já sejam lançadas roupas com a tecnologia desenvolvida pela Rhodia no Brasil. Trata-se do Amni® Vírus-Bac Off, fio têxtil de poliamida antiviral e antibacteriana com efeito permanente, que pode ser usado em roupas do dia a dia, esportivas, uniformes e até em máscaras.

O “Elas no Tapete Vermelho” conversou com Renato Boaventura, vice-presidente global de poliamida e fibras da Rhodia, que pertence ao grupo Solvay. Ele confirmou que várias marcas brasileiras já fizeram suas encomendas e que nas próximas semanas roupas produzidas com o fio têxtil estarão no mercado. Há também pedidos para exportação.

O desenvolvimento do produto aconteceu em tempo recorde, cerca de três meses e meio, nos centros de pesquisa da empresa em Paulínia e Santo André, ambas no Estado de São Paulo. “Quando surgiram as primeiras notícias de que o novo coronavírus estava chegando ao Brasil, em fevereiro, a equipe de inovação começou a trabalhar nesse sentido”, afirmou o executivo. A empresa, que em 2019 completou 100 anos no Brasil, tem em seu portfólio outros fios que trazem inovações, como o Emana, que ajuda a retardar a fadiga muscular e atua nos sinais de celulite, além do Amni® Soul Eco e Amni® Soul Circle, que são funcionais e biodegradáveis.

Renato Boaventura (Foto: Divulgação)
Renato Boaventura (Foto: Divulgação)

Como funciona

Boaventura explica que a partir da ideia de criar o novo fio, foram pesquisados ativos antivirais e sanitizantes eficazes contra os vírus envelopados, que só existem dentro de uma camada de gordura, como são classificados os vírus influenza, herpesvírus, novo coronavírus, entre outros. “Chegamos a um ativo que pudesse ser colocado dentro da poliamida. Esse elemento tem a capacidade de destruir os dois mecanismos com os quais o vírus atua na transmissão cruzada”, explicou.

Com testes feitos em laboratórios independentes, foi confirmado que o Amni® Vírus-Bac Off tem eficácia garantida na desativação de vírus envelopados e na eliminação de bactérias que possam aderir ao tecido. Segundo Boaventura, isso acontece porque o ativo presente na poliamida destrói a camada de gordura que envolve o vírus. O outro mecanismo desativado pelo fio é a transmissão eletroquímica do vírus, neutralizando sua ancoragem na célula humana.

Foto: Reprodução/Canva
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Tempo de duração

De acordo com o vice-presidente, o ativo demora até 30 minutos para neutralizar o vírus na roupa. Trocando em miúdos, se uma pessoa prova um roupa numa loja e, por algum motivo, passa o vírus para essa peça, após meia hora, outro cliente pode provar o produto sem preocupação de contaminação.

O Amni® Vírus-Bac Off pode também ser usado em uniformes, máscaras e roupas normais, para o dia a dia.

“Roupas esportivas estão entre a as mais indicadas para serem produzidas com o fio e já recebemos pedidos de muitas empresas deste segmento. Isso porque as academias são consideradas um dos principais focos de contágio”, afirmou Boaventura, lembrando que o produto pode ser usado também em roupas de cama e banho e em calçados. “A maioria das pessoas limpa a sola do sapato quando chega da rua, mas o vírus pode estar instalado no cabedal (parte de cima) dele”, explicou.

Foto: Reprodução/Canva
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O Amni® Vírus-Bac Off, que não perde a propriedade mesmo após as lavagens, porque o ativo está dentro dele, pode também ser usado em uniformes, máscaras e roupas normais, para o dia a dia. “O fio custa de 20% a 30% a mais do que o comum, mas isso diluído no custo total da roupa não vai impactar muito no valor final”, acrescentou Boaventura.

Ele enfatizou, porém, que usar uma roupa feita com produto não substitui as demais recomendações indicadas pela Organização Mundial da Saúde, como lavar as mãos, usar álcool gel, máscaras, limpeza e higienização entre outros. “A ideia é adicionar, neste momento de reabertura, uma barreira adicional contra a contaminação cruzada do coronavírus”.

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