Covid-19: Top Aline Weber faz apelo de ajuda ao Alto Xingu

A top model Aline Weber, noiva do técnico em enfermagem Pigma Amary, de origem indígena, lançou um apelo de ajuda à população Xingu, diante da falta de recursos para combater a proliferação de Covid-19 na região.

Aline Weber (Foto: Divulgação)
Aline Weber (Foto: Divulgação)

“Não tem respiradores na aldeia, nem exames para detecção do vírus. As áreas são remotas e, por isso, são raros os profissionais de saúde por lá. A população do Xingu está morrendo”, relata a top, eleita entre as mais prestigiadas modelos da atualidade, Aline busca visibilidade em torno do aumento da mortalidade em uma população que vive em vulnerabilidade:

Pigma está na região como voluntário, já que é profissional de saúde, e relata em vídeo (veja abaixo), a falta de recursos do local para o combate à pandemia. Ele é nativo do Alto Xingu e pertence às etnias Kamayura, Kuikuro, Amary, Yawalapiti e Mehinako.

Aline vai mais além e reforça a falta de auxílio na questão indígena por parte dos políticos: “O governador do Estado (Mauro Mendes – DEM) não tem atendido aos apelos. Junto com os índios, morrem nossas raízes.”

Aline Weber e Pigma Amary (Foto: Divulgação)
Aline Weber e Pigma Amary (Foto: Divulgação)

Governo

O apelo de Aline e de Pigma acontece justamente quando o presidente Jair Bolsonaro vetou vários trechos de projeto de lei aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados que considerava os povos indígenas, as comunidades quilombolas e demais povos tradicionais “grupos em situação de extrema vulnerabilidade” e, por isso, de alto risco para emergências de saúde pública. Os trechos vetados pelo presidente, segundo publicação no Diário Oficial da União, nesta quarta-feira (8), são os seguintes:

 

1- que o governo seja obrigado a fornecer aos povos indígenas “acesso a água potável” e “distribuição gratuita de materiais de higiene, limpeza e de desinfecção para as aldeias”;
2- que o governo execute ações para garantir aos povos indígenas e quilombolas “a oferta emergencial de leitos hospitalares e de terapia intensiva” e que a União seja obrigada a comprar “ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea”;
3- obrigatoriedade de liberação pela União de verba emergencial para a saúde indígena;
4- instalação de internet nas aldeias e distribuição de cestas básicas;
5 – que o governo seja obrigado a facilitar aos indígenas e quilombolas o acesso ao auxílio emergencial.

Apelo de ajuda ao Xingu

Também nesta quarta-feira, o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou a adoção pelo governo federal de cinco medidas de ajuda para o povo indígena. Confira:

1 – Instalar uma Sala de Situação para a gestão de ações de combate à pandemia quanto a povos indígenas em isolamento ou contato recente. Esta espécie de gabinete de crise deve contar com a participação de comunidades indígenas, Procuradoria Geral da República (PGR) e Defensoria Pública da União (DPU). Os membros deverão ser escolhidos no prazo de 72 horas a partir da ciência da decisão, e a primeira reunião virtual deve ocorrer em até 72 horas depois da indicação dos representantes;
2 – No prazo de 10 dias contados a partir da notificação sobre a decisão, o governo deve ouvir a Sala de Situação para elaborar um plano com criação de barreiras sanitárias em terras indígenas;
3- Em 30 dias a partir da notificação sobre a decisão, o governo deve elaborar um Plano de Enfrentamento da Covid-19 para os Povos Indígenas Brasileiros. O plano deve ser feito com a participação das comunidades indígenas e do Conselho Nacional de Direitos Humanos. Os representantes das comunidades devem ser definidos em 72 horas a partir da ciência da decisão;
4 – Estabelecer, no âmbito do Plano de Enfrentamento, medidas de contenção e isolamento de invasores em relação a terras indígenas;
4 – Garantir que indígenas em aldeias tenham acesso ao Subsistema Indígena de Saúde, independente da homologação das terras ou reservas indígenas; já os indígenas que não são aldeados também devem acessar o subsistema caso não haja oferta no SUS geral.

Enquanto a ajuda não chega, o Instituto de Pesquisa Etno Ambiental do Xingu- IPEAX, está recebendo doações pela conta do Banco do Brasil – Agência 1319-6 – Conta 13.865-7 – CNPJ 07.281.382/0001-18. Mais informações podem ser obtidas pelo Instagram @pigmamaru2.

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