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Se você quer conforto, o SPFW tem. Se você quer trabalho manual, o SPFW tem. Se você quer cores, o SPFW tem. Se você quer look urbano, de streetwear, também tem. Os desfiles do terceiro dia da 56ª edição da semana de moda paulista apresentou um mosaico de tendências, que se convergem para uma moda comfy, mas bem feita, com alfaiataria de primeira e técnicas que resgatam os trabalhos manuais e o upcygling.
Tudo isso com um gosto de Brasil, com macramês, crochês, tapeçarias, misturados a tecidos leves ou encorpados, pesos diferentes na mesma roupa, movimento e aplicações que fazem da roupa uma peça única. Tem branco, tem preto, tem bege e tem cinza, mas tem também cores fortes, como o azul proposto pelo estilista Luiz Cláudio; o vermelho, amarelo e azul-klein, de Weider Silveiro; o amarelo e outros tons de Ronaldo Silvestre; o laranja e azuis de David Lee e mais. Confira um resumo dos desfiles desta sexta-feira (10).
Greg Joey
A grife Greg Joey abriu o terceiro dia de desfiles do SPFW com looks inspirados na cena paulistana, das pessoas que vivem entre o deslumbrante e o cruel dessa metrópole. Na passarela, o ator Ícaro Silva e a veterana modelo Marina Dias. O resultado vem através de alfaiataria descomplicada em tons de off white, bege, preto, azul e branco. A cartela seca e dura é amenizada pelas modelagens amplas, confortáveis, em vestidos, calças, camisas e túnicas e blusas em corte de quadrado de camisetas em tecidos mais nobres. Aliás, camisetas compridas também surgiram, algumas com estampas de fotos da artista e fotógrafa Camila Schubert, com imagens que dialogam com as dores e as delícias de viver em São Paulo. Tênis com vestidos, macacões, camisetonas pisaram na passarela em ritmo de streetwear relaxado.
Apartamento 03
A mineira Apartamento 03, do estilista Luiz Cláudio, fez uma ode ao azul no desfile que contou com a deputada trans Erika Hilton na passarela, fechando a apresentação.
O azul-waji , extraído da pigmento obtido de um longo processo de cultivo e cura de plantas, originando o índigo, tingiu a coleção em várias tonalidades, misturadas a brancos e pretos. Os looks, com o excelência de corte, acabamento e técnicas manuais do estilista, vinham amplos, plissados, com modelagem balonê, umas das tendências vistas em passarelas internacionais, salpicados de azul, monocromáticos, com pérolas grandes e pequenas na cor. Destaque para as túnicas cortadas em tiras, que se transformam em franjas, dando movimento à peça. Não faltou também o all jeans sofisticado, que chegou em looks com aplicações de cristais, provando que não há limites para explorar o índigo blue.
Ronaldo Silvestre
Com saias, tops e vestidos com muito volume e estampas, Ronaldo Silvestre fez uma homenagem à cantora Carmen Miranda, usando tule, bordados em relevos 3D e resíduos de jeans, costurados lembrando matelassé canelados. A coleção chamada “É sobre o Brasil”, traz ainda as cores do País, valorizando o trabalho artesanal feito à mão. Foram mais de mil horas de trabalho para confeccionar os 20 looks apresentados, feitos principalmente por integrantes do Instituto Igualdade, Transformação, Inovação Social (ITI), criado e mantido pelo estilista desde 2013, que atende mais de 200 pessoas em situação de vulnerabilidade social. “A Carmen Miranda mostrou para o mundo aquele Brasil, que foi contemplado na história. Muitas cores, acessórios despojados e sandálias plataformas que marcaram a atriz me inspiraram nesta coleção”, afrimou o estilista.
David Lee
Um jeans resinado, com efeito encerado, misturado a trabalhos de crochê enfeitados com técnicas de tapeçaria. O estilista David Lee provou que o trabalho artesanal cabe muito bem no streetwear confortável e alegre com sua coleção chama Barlavento, terno náutico que se refere ao lado que o barco recebe o vento. Ondas e quadriculados surgem nos jeans e nos trabalhos manuais. Destaque para tiras de crochê entrelaçados, que lembram aqueles tradicionais trabalhos de fitas de cetim que se transformam em tecidos quadriculados. David usou em blusas, casacos e bermudas.
Weider Silverio
Alfaiataria bem feita não é qualquer um que faz. E fazer alfaiataria em malha tipo piquê é ainda mais difícil, mas Weider Silveiro não se intimida confortável, com e apresentou um coleção com cartela enxuta, com marrom-claro, bege e cinza, incluindo as três cores primárias – vermelho, amarelo e azul – para acender a coleção, feita sob medida, mas com cinco looks que serão produzidos e comercializados em parceria com a marca My Life. O estilista aposta ainda num artesanal sofisticado, com trabalhos de tapeçaria e o bordado Richelieu, que se transforma em renda elegante e desejável. Nos pés, sapatilhas, calçado trend das próximas temporadas. Ele prova que looks femininos podem ser arrojados e confortáveis, sem perder sua essência.
HIST
Com uma superprodução na sala de desfiles, incluindo 18 câmeras que transmitiam ao vivo detalhes de todo o espaço em telões do espaço. A marca da cearense Giuliana Braide mostra um streetwear limpo, basico e antenado com a vontade de jovens urbanos.
Dendezeiro
“A coleção BRs2 da Dendezeiro no SPFW é um tributo ao estilo street brasileiro.
Cada peça foi cuidadosamente concebida para explorar a riqueza das ruas do Brasil
com uma atenção minuciosa e uma sensibilidade apurada. Nós estamos
determinados a popularizar o Brasil e suas referências, como o aclamado sucesso
internacional de suas peças com tapeçaria”, revela Hisan Silva, sócio de Pedro Batalha. Leve e jovem, a dupla trabalhou a coleção com a tapeçaria, pastilhas soltas aplicadas em algumas peças, como na calça branca (foto central) e cores como azul e laranja. Os estilistas buscaram ícones do dia a dia do brasileiro para levar à passarela, como filtro de barro, o pente patapata, o espelhinho laranja, a borracha azul e vermelha, o telefone orelhão, que se transformam em acessórios e são inspiração para as cores usadas.