“Conforto e liberdade ditarão a moda pós-Covid”, diz estilista

Arnaldo Ventura (Fotos: Reprodução/Instagram/@arnaldoventura)
Arnaldo Ventura (Fotos: Reprodução/Instagram/@arnaldoventura)

O estilista Arnaldo Ventura, dono da  Eivi, marca que mistura o prêt-à-porter com roupa de festa, a preços acessíveis e com boa qualidade, participou de live no perfil do “Elas no Tapete Vermelho”. Durante o bate papo, Arnaldo falou sobre algumas tendências para a próxima estação, sobre a entrada de sua marca no e-commerce, como acredita que o consumidor vai se comportar depois da Covid, entre outras coisas.

Arnaldo tem mais de 30 anos de profissão e, depois de fazer parcerias com várias marcas, quer se dedicar mais à Eivi e a roupas sob medidas. E em seu portfólio constam famosas como Flávia Alessandra, Rafa Kalimann, Eliana, Bárbara Evans, Isabella Fiorentino, além da cantora Luciana Mello e as baianas Gilmelândia, Carla Cristina, entre outras. “Vou ter mais tempo de me dedicar aos figurinos de shows também”, disse ele.

“Acredito que as pessoas não veem a hora de se arrumar de novo, de ficarem até mais bonitas que antes. O conforto vai continuar, porque todos vão querer se sentir livres. Nada apertando no corpo. A ideia do livre, leve e solto deve ser forte, porque todos se sentiram e se sentem ainda enjaulados”, afirma o estilista, que não vê as mulheres usando muitas bijuterias por uma questão de saúde. “Os acessórios são importantes para compor os looks, mas depois da pandemia, isso vai ter de ser bem pensado. Imagina ter que desinfetar muitos brincos, anéis e pulseiras”.

Arnaldo conta que a marca Eivi, que tem como sócios Davi Nascimento e Ivair Pereira, surgiu quando ele teve a ideia de lançar uma segunda marca, além da que leva seu nome. “Fiquei rabiscando as minhas iniciais num papel e percebi que o a pronuncia delas em inglês era “ei (do A) e vi (do Vi). Escrevi com minha letra mesmo Eivi e nasceu tanto a marca quanto o logotipo dela”, revelou.

 

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Confira resumo da live e o vídeo completo no fim da matéria, que teve até um minidesfile com peças da coleção atual vestidas pela modelo Bruna Misìo D Col. E participe do sorteio de um blazer da marca, clicando aqui. No site www.eivi.com.br, tem desconto de 30% para leitoras do “Elas no Tapete Vermelho”. Basta adicionar o cupom ELAS30 ao finalizar a compra.

E-commerce

“A ideia de ter um e-commerce é antiga, mas eu fazia parcerias com outras marcas, o que tirava tempo de me dedicar a esse projeto. Com a pandemia, paramos e resolvemos focar na marca Eivi.”

Parada obrigatória

“Fiquei isolado da moda. Me dedicava à minha casa. Se não fosse estilista, seria arquiteto. Acho que todo artista precisa ter uma desintoxicação. Antes, eu acordava pensando em moda, ia trabalhar pensando em moda. Voltava, pensando em moda. Dormia, era moda. Depois de um tempo, comecei a pensar mais na proposta da marca, qual mulher eu queria vestir. Todo mundo quer parar um momento na sua carreira para repensar a e pensar o que realmente você quer fazer.”

Mulher Eivi

“Quando crio penso numa mulher inteligente, que não cai em armadilha fashion, não usa só modismo. Uma coisa que eu gosto muito é de minha roupa ser atemporal. Eu escuto muito das minhas amigas, que têm roupas de roupas de 20, 15 anos atrás e estão usando ainda. Muitos vestidos de festa que as mães compraram há 20 anos. e  passaram para as filhas. (Nas próximas coleções) Vai ter muita coisa de meu DNA, também misturando militar com alfaiataria. Agora também vou ter tempo de atender minhas amigas cantoras. Roupas para shows demanda muito tempo, além de ter como me dedicar aos meus desfiles”.

 

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Bijuterias

“Os acessórios são importantes para compor os looks, mas depois da pandemia, isso vai ter de ser bem pensado. O álcool gel sempre deveria ter feito parte de nossas vidas. Essa consciência tem que continuar existindo. Por isso, as bijuterias representam um cuidado à parte. Imagina ter que desinfetar muitos brincos, anéis, pulseiras. Tem que pensar bem quantos acessórios você vai querer colocar na sua mão, no seu braço, no pescoço. E se ficar passando álcool gel direto, as peças não vão aguentar muito.”

Pretos na moda

“Não consigo imaginar, não passa pela minha cabeça algo do tipo, de não querer modelos pretos em campanhas ou em desfiles. Muitas pessoas já me perguntaram porque uso tantos pretos na passarela. Já teve desfile de as pessoas pedirem para diminuir o número de pretos. Mas eu não aceitei.” A colocação foi feita por causa das denúncias recentes de racismo contra algumas marcas brasileiras.

 

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Moda pós-pandemia

“O conforto tem que existir, porque ninguém gosta de uma roupa apertada, pegando aqui e ali. Mas acredito que as pessoas não veem a hora de se arrumar de novo, de ficarem bonitas, até mais bonitas que antes. Isso porque elas não estavam indo ao cabeleireiro, não estavam se produzindo. Só dentro de casa, com moletom e camiseta. E se arrumavam apenas na parte de cima, para lives ou videoconferência.”

Elegância

“Todos querem ficar elegantes, exuberantes e livres. O conforto vai justo por esse caminho, de se sentir livre, porque as pessoas ficaram enjauladas, engaioladas dentro de casa. A ideia é de ficar livre, leve e solta, além de linda e vaporosa, nada apertando, grudado no corpo.”

 

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stop overthinking (Pare de pensar demais): Haja! . . . #estampa #basic #inverno2020

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Cores

“Essa ideia vai ser traduzida também em cores, com tons de limão, amarelo, pink, neon, muitos tipos de verde. O verão será bem colorido, bem elétrico. Haverá combinações de tons inusitadas. Deve-se misturar cores sem medo.”

Preto

“O preto sempre vai ser soberano para tudo. Não tem como tirar. A gente tenta mudar, como colocar o cinza no lugar do preto, mas não tem jeito. Preto é tudo: emagrece, disfarçar. E pode ser misturado com outras cores fortes. Mas uma cor que não sai nunca da cartela é esse fúcsia, entra em todas as coleções.”

 

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Atemporal / sem datas , assim seremos pós pandemia !! #modabrasil #compremodabrasileira #polkadots

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Tendências

“Uma das tendências atuais são os poás, que estão na moda há muito tempo. Fiz uma blusa com poás que cai bem tanto com jeans quanto numa festa. Sempre penso em peças atemporais. Tenho também vestido de poás,com decote ombro a ombro, manga bufante, usado na campanha da marca. Vou montando e mudando na hora que estou fazendo. Sou muito intuitivo, mas não sigo tendências. Nas outras marcas com as quais tinha parceria, sim. Para a Eivi, não preciso me prender. Também faço as peças sob medida.”

Na hora da compra

“O comportamento do consumidor e dos lojistas deve mudar. As roupas devem ser higienizadas, com araras separadas, passar steamer com vapor superquente, como fazemos na nossa loja (que fica no Shopping Golden Square, em São Bernardo), cujo atendimento é quase exclusivo. Acho que vai mudar esse conceito de fast fashion de provar uma roupa logo depois da outra pessoa, veste para cá, veste para lá. Temos que ter o cuidado de higienizar a peça, não pode ir para a arara de venda imediatamente.”

 

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A bela @rafakalimann na #pfw lacrando com look #arnaldoventura ❤️❤️ #foto @itamazzutti ❤️

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Roupa  será algo precioso

“As lojas físicas têm que continuar existindo, porque as pessoas vão querer conhecer aquela roupa, ver a qualidade, o acabamento. Muita gente vai querer conhecer a história da marca, se tem cuidado com a sustentabilidade, como que funciona tudo. Acredito que as compras não vão ser mais à toa. A roupa não será apenas mais um objeto, será algo precioso que vai para seu corpo. Algo que será vestido, colocado em cima de você. A pessoa, então, vai tomar cuidado, para ver de onde vem, como está estocado. Não vai ser aquilo de querer comprar e, se não ficar bom, joga fora. Não. Vai pensar bem o que quer usar.”

 

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Desfiles

“Desfiles devem continuar existindo assim que tudo isso passar. São superimportantes, porque trazem emoção. Os desfiles virtuais (como os que aconteceram na última semana de alta-costura em Paris, entre os dias 6 e 8 deste mês) não são a mesma a coisa. Nada substitui a emoção de ver a roupa na passarela, escutar a música. No desfile, a gente coloca nossos desejos, nossas vontades e mostra tudo para o público entender o que passou na nossa cabeça ao criar a coleção. Por isso, precisamos dos deles. Uns podem gostar, outros não, mas as roupas sejam vistas devem ser vistas.”

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