A passagem envidraçada que atravessa pelo alto a Marginal Pinheiros, entre o Shopping Cidade Jardim e a Usina São Paulo, espaço de eventos e escritórios do grupo JHSF, serviu de passarela de desfile para a coleção “Carol Bassi Visita Conrado Segreto”, criada por Julia Segreto, sobrinha do estilista e que seguiu os passos do tio, morto precocemente de AIDS, em 1992.

O projeto, lançado em abril, pelos empresários Caio Campos e Anna Carolina Bassi, fundadores da marca CAROL BASSI, conta ainda com a exposição “Conrado Segreto, Agora e Sempre”, no Atrium do shopping, com looks originais do estilista.

Entre as 18 peças expostas, está o vestido branco, com saia de tule toda bordada com linhas onduladas, que foi fotografado por Isabella Fiorentino, quando ela tinha 14 ou 15 anos.
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“Tenho certeza de que foi aí, nesse dia, quando eu vesti essa roupa, que comecei a ter esse apreço e essa paixão por moda, por moda de alma mesmo”, disse a hoje consultora de moda e apresentadora, à frente do vestido, ao “Elas no Tapete Vermelho”.

A exposição, que contou com o apoio do Centro Universitário Belas Artes, que tem campus no shopping, fica aberta à visitação até dia 7 de setembro. O espólio de Conrado, como vestidos e desenhos, é preservado pela irmã do estilista, Rita Segreto.

Todos os códigos de Conrado, que não se contentava com um simples prêt-à-porter, mas com roupas para uma mulher mais glamourosa e sofisticada, surgiram nos 43 looks desfilados por modelos jovens, mas também por três veteranas que estiveram presentes nos poucos desfiles realizados pelo estilista (foram apenas quatro): Claudia Liz, Silvia Pfeifer e Alessandra Berriel.

Visivelmente emocionadas, as três sabiam que não desfilavam apenas roupa, mas história. História fashion criada com estampas como pied-de-poule, vichy, lamê, animal print, plumas, jacquard, poás, preto, off-white, verde-safári e rosa, cor que marcou a trajetória de Segreto, incluindo seu símbolo: o coração. Os laços, outro detalhe sempre presente, as parkas, o vestido preto com fitas brancas, inspirado em peça que está exposta no saguão do centro comercial, também foram repaginados e atualizados, mas sem perder a essência.

Duas peças foram recriadas quase fielmente: o vestido longo com capuz, com estampa de zebra, desfilado por Alexandra Berriel, que havia cruzado a passarela com o original mais de três décadas atrás.

E o casaco de bouclê preto, com acabamento de cetim, exibido por Silvia Pfeifer. Claudia Liz desfilou com conjunto de parka e calça laga, amarrada na barra, feita em jacquard com padrão pied-de-poule, em tecido brilhoso.

Destaque ainda para as saias tipo lápis, com barra em V invertido atrás, as calças cigarretes e a camisa branca alongada de piquê. Além dos chapéus estruturados e casquetes, lenços, e da maquiagem em algumas modelos, com olhos pretos e minipérolas aplicadas, numa referência explícita ao poás, tão presentes na obra de Segreto.

O projeto, necessário para que as novas gerações aprendam como o estilista, que morreu com 32 anos, sacudiu a moda paulistana e brasileira nos anos 1980/1990, com apenas oito anos de carreira, mas também imprescindível para que gênios brasileiros sejam reverenciados por suas criações que não deixam nada a desejar de incensados artistas estrangeiros.
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“Muito importante o resgate do Conrado para os dias atuais e como foram ressignificados muito looks. O desfile faz uma viagem no tempo, mas traz peças que a gente pode usar hoje”, disse a influenciadora GKay, ao final do desfile, para o “Elas no Tapete Vermelho”.
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Serviço
“Conrado Segreto, Agora e Sempre” – Apresenta 18 looks originais do estilista, além de densenhos e reportagens. Fica aberta até dia 7 de setembro. Entrada Grautita. Atrium do Shopping Cidade Jardim
“Carol Bassi Visita Conrado Segreto” – Coleção já está disponível na flagship da marca, no Shopping Cidade Jardim. A partir de 2 de setembro, poderá ser encontrada em todas as lojas físicas e e-commerce da marca. A tiragem das peças é limitada.