Por Rosângela Espinossi
Marcela Temer chamou a atenção da mídia na primeira posse de Temer como vive-presidente, com sua trança lateral e roupa comportada, e voltou a dominar as conversas com o impeachment de Dilma Roussef, pois se tornou oficialmente a primeira-dama do Brasil. Sim, as primeiras-damas sempre são um capítulo à parte quando o assunto é novo presidente, não importa o país. Muitas no mundo deram o que falar, por suas manias, como Imelda Marcos, da Filipinas, com sua incontável coleção de sapatos, ou pelo seu estilo, como Jackie Kennedy Onassis, cujo tailleur rosa Chanel ficou manchado de sangue de seu marido John. Virou celebridade do jet set internacional, casando com o milionário grego Aristóteles Onassis, e nunca mais saiu das manchetes.
Esta semana, com o vitória de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, os olhos do mundo se voltaram para o estilo da ex-modelo Melania Trump, casada com o homem que ocupará a Casa Branca por quatro anos a partir de 20 de janeiro. Entra no lugar de Michelle Obama, a primeira negra a ocupar o posto, ao lado de seu marido Barack, em 2009. Na época, as comparações eram com outra primeira-dama internacional: Carla Bruni, ex-modelo, cantora e mulher de Nicolas Sarkozi, que foi presidente da França até 2012.
Se Hillary Clinton tivesse ganhado as eleições, ela que também já foi uma primeira-dama, as comparações atuais não seriam tão grandes. mesmo porque seu estilo fashion nunca causou tanto frisson. E, sim, há um bom motivo para que Melania seja comparada com Michelle. Muito além da moda: são personalidade totalmente distintas. Uma é formada em Direito, trabalhou em escritórios próprios, atuou em entidades para incentivar jovens a trabalhar em questões sociais, além de prestar serviços em hospitais. Já teve salário mais alto que seu marido, quando este era senador. Entre seus principais programas na Casa Branca, esteve o incentivo à boa alimentação das crianças e contra a obesidade.
Melania é slovena, fala várias línguas e conheceu o marido quando trabalhava como modelo, sem desmerecer essa profissão. Posou nua e já foi fotografada apenas com gargantilha e pulseiras no avião do empresário. Casaram-se em 2005 e hoje não trabalha. Já disse que é mãe em tempo integral. O casal são pais do garoto Barron, de 9 anos, quinto filho de Donald Trump e primeiro de Melania. Muito se falou por aqui quando Marcela Temer virou primeira-dama. “Bela, recatada e do lar” foi o título de uma matéria na Veja. Agora, a bela e do lar Melania vai usar o mesmo closet de Michelle. Vamos as comparações de estilo fashion, até porque da vida, cada um deve tratar da sua.
MICHELLE OBAMA
Não é mulher de ostentação, tanto que pouco antes de tomar posse, apareceu com um conjunto comprado numa loja fast fashion, que desapareceu das araras em pouco tempo. E mudou completamente a imagem mais comum de suas antecessoras: conjuntos de saias e paletós, ou os tradiconais tailleurs, até agora usados por Hillary. Provou que feminilidade pode andar junto com o poder. Usou cores fortes; homenageou convidados estrangeiros com looks assinados por estilistas famosos dos países do visitante. Usava calça, conjuntinhos, vestidos. Usou decotes. Nunca mostrou submissão. Foi o que sempre foi. Com porte altivo e forte, Michelle foi – e é – uma pessoa que mudou radicalmente a forma de o mundo ver uma primeira-dama dos Estados Unidos. E que essa lição seja aprendida por gerações.
MELANIA KNAUSS TRUMP
A nova primeira-dama, 46 anos (24 a menos que seu marido), costuma apostar em looks mais sofisticados, de grife. Tem muitos tons claros, mas rosa, vermelho e azul também fazem parte de seu dresscode. Exuberante, não se furta a apostar em decotes sensuais e roupas que marcam a silhueta. Durante a campanha, como pede as mulheres “recatadas”, para mostrar pureza (lembram da Carminha , vivida por Adriana Esteves, em Avenida Brasil) usou peças mais fechadas, seja no decote, seja nas mangas e nos comprimentos, em tons suaves. Disse que pretende adorar a campanha contra bullying virtual às crianças. Tomara que sua silhueta magérrima – própria das modelos ou do padrão institucionalizado pela boneca Barbie – seja menos importante que suas ações como primeira-dama. Afinal, ela deve deixar de ser “mãe” em tempo integral. Assim a ideia de esposa-pingente, linda, alta e magra, que passa atualmente, não seja seu principal cartão de visitas
