A atriz Mel Lisboa abriu o primeiro desfile do terceiro dia da Casa de Criadores, com a apresentação da Trama Afetiva, que estreou no evento com uma coleção feita a partir de tecidos de descarte, em sua maioria náilon de guarda-chuvas jogados fora, além de lançar um livro e inaugurar uma exposição.

Outras grifes também mantiveram o foco na sustentabilidade, seja pela reutilização de matérias-primas, seja pelos temas escolhidos. Entre eles, a água teve relevância na criação das peças, com estilos completamente diferentes. Confira detalhes das apresentações.
Trama Afetiva

A Trama Afetiva é uma plataforma de design social e regenerativo idealizada por Jackson Araujo, com direção criativa de moda de Thais Losso. A partir de uma imersão sobre o tema realizada em outubro, com interessados em moda circular, foi criada a coleção chamada “A Anarquia da Felicidade”. A apresentação contou com a atriz Mel Lisboa na abertura, vestindo peças de náilon com referências à Bandeira Brasileira.

O desfile teve styling assinado por Márcio Banfi e mostrou peças streetwear e sportswear, criadas originalmente nos anos 2000 por Thais Losso e agora refeitas com náilon reaproveitado de guarda-chuvas descartados.

Assim, peças coloridas como casacos, bermudas, saias, jaquetas e até bolsas surgem em patchwork de desenhos e tonalidades, com direito a estampas replicadas de grifes famosas, obras de Romero Britto, além de bolsas em forma de melancia.
Filipe Freire

Depois do fogo, Filipe Freire dá continuidade à sua jornada pelos elementos da natureza com a coleção H2O. Com a ex-BBB Thelminha fechando a apresentação, a água surge pelo movimento das correntes e pelos adornos transparentes, deixando pele à mostra.

As peças aparecem em tons leves e claros, com nuances de azul. As argolas interligadas, sempre presentes nas criações do estilista, surgem fluidas e brilhantes como o fluxo das águas — ora calmas, ora tempestuosas.

“Inspirada nas ondas, nas marés e no silêncio profundo do oceano, H2O apresenta shapes versáteis que se adaptam ao corpo como água, com acabamentos metálicos que remetem ao brilho da luz na superfície líquida”, explica o estilista no material de divulgação.
Jorge Feitosa

O estilista pernambucano Jorge Feitosa levou à Casa de Criadores uma moda masculina alegre, solta e leve, em tons de amarelo e preto, com direito à bandeira de sua cidade natal, Santa Cruz do Capibaribe, na fila final.

O próprio estilista abriu o desfile e empunhou a bandeira na passarela. Ensolaradas e cheias de vida, as peças ganham volume, conforto, franjas e pregas na medida certa. Saias, shorts, camisetas e camisas pontuam a coleção.

PiryGótik

A marca PiryGótik estreou na Casa de Criadores com uma coleção inspirada no céu, no sol e na noite, levando uma profusão de looks com cores celestes para a passarela.

Roupas estampadas, tons vivos, peças de moda praia para todos os gêneros, corpos e atitudes, algumas inclusive com pinturas corporais. Ilhoses, decotes e pele à mostra também foram destaques da coleção.
Guma Joana

Criaturas submarinas emergiram na passarela da marca Guma Joana em um manifesto ecológico em favor dos oceanos. O desfile da coleção Corpo Azul começou com vestidos pretos, usados por nomes como a bailarina trans Marcia Dailyn, do Theatro Municipal, e a maquiadora Maxi Weber, em silhueta de sereia.

Depois, a coleção evoluiu para peças mais ousadas e justas de látex, com enfeites de metal em forma de peixes e caranguejos. Vermelho, branco, marrom e alguns tons de azul pontuaram o desfile.

“Esta coleção parte da visão do oceano como ser primordial, o ventre cósmico onde a vida teve início e onde os primeiros sinais de mente e consciência emergiram. Antes de qualquer forma terrestre existir, era nas águas profundas que os organismos se conectavam em redes vivas, cresciam e se multiplicavam; do inorgânico e do que não respirava, do que não pulsava, nasceu o primeiro sopro de vida”, disseram as estilistas Guma Joana e Alma Seleno no material de divulgação.
