Matthieu Blazy estreou na Maison Chanel nesta segunda-feira (6) com a missão dupla de não trair o legado da criadora e de Karl Lagerfeld, que faleceu em 2019, mas ao mesmo tempo traduzir os códigos da maison para os dias atuais. Aos olhos de famosas como Bruna Marquezine, Nicole Kidman, Penélope Cruz, Margot Robbie e Kendall Jenner, ele realmente conseguiu.

Uma Chanel mais leve, com frescor e sabor de modernidade foi vista na passarela do Grand Palais, tradicional palco dos desfiles da casa. E parece que, para acompanhar essa onda, Bruna Marquezine elegeu peças básicas ao lado do tradicional casaquinho criado por Coco Chanel.
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A brasileira apostou em camiseta regata branca (peça também usada por Sasha para assistir ao desfile da Dolce & Gabbana, em Milão), jeans básico vintage da marca e casaquinho preto, com debruns dourados, da coleção de alta-costura. “O jeans foi uma proposta do fitting (prova de roupa) da Chanel. Estão querendo trazer uma vibe mais casual para a marca e eu achei bem legal”, disse Marquezine em vídeo para a revista Elle.
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Essa “vibe mais casual” foi mostrada na passarela de Matthieu Blazy, estilista egresso da Bottega Veneta e um dos queridinhos de Bruna. “Para este primeiro show da Chanel, eu queria fazer algo bastante universal, como um sonho, algo fora do tempo, e fiquei fascinado pelo universo das estrelas, um tema tão querido pela casa. Todos observamos o mesmo céu, e acho que provoca as mesmas emoções em nós”, escreveu o estilista nas redes sociais da marca, citando uma frase da própria Chanel: “Adoro tudo o que está acima: o céu, a lua, eu acredito nas estrelas.”
Destaques do desfile de Matthieu Blazy na Chanel
Os conjuntinhos de tweed não faltaram na coleção, mas sem nenhuma rigidez. Mais leves, com estruturas mais soltas — alguns com mangas e golas arredondadas — apareciam também com a cintura mais baixa, cascatas de pérolas nos colares ou mistura de xadrezes.
O vestidinho preto surgiu em modelos alongados, com nós laterais, flores (camélias) aplicadas na barra, colares dourados ou brancos na gola, e aplicações de brilhos localizados.
O preto e o branco apareceram juntos e separados: conjuntos brancos com debruns pretos marcaram presença, assim como conjuntos inteiramente pretos, de modelagem solta.
Dourado, outra tonalidade clássica da Chanel, também marcou presença em looks inteiros.
Os anos 1920, época de explosão da grife, apareceram principalmente com a cintura mais baixa, característica daquela década, em vestidos, calças e conjuntos de saia.
A camisa branca foi um dos pontos-chave da coleção, aparecendo alongada ou mais curta, ao lado de saias pretas ou vermelhas com plumas.
As plumas, outro detalhe muito presente na história da grife, assim como camélias e pérolas, estavam lá em profusão. O look que finalizou a apresentação é prova disso: saia longa e ampla com plumas coloridas combinada com blusa t-shirt branca.
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Repercussão nas redes sociais
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Matthieu Blazy realmente deu uma rejuvenescida na grife, misturando o legado de Coco Chanel com seu próprio estilo, mais leve e casual. Claro que ainda não dá para saber se esse estilo será mantido; o tempo dirá. Enquanto essa resposta não chega, algumas repercussões nos comentários do post com a foto dos planetas alinhados, cenário da apresentação, mostram opiniões diversas:
“É muito triste ver a Maison Chanel não ter mais um look Chanel. Amo tanto a marca que não estou preparado para uma mudança tão drástica. Definitivamente estou triste com o que foi apresentado hoje, moderno demais, não tem alma. Sinto falta do Karl, sinto tanto a falta dele.”
“Infelizmente, a Chanel parece ter perdido um toque da magia e do encanto atemporal que um dia definiu a sua essência. A casa ainda carrega o seu nome com prestígio, mas o espírito da elegância de Coco sente-se cada vez mais distante.”
“Pela primeira vez na história da marca — Chanel sentiu-se chique! Sexy! Diversão! Lindo! E não vibração de velhinha. EU ADOROOOO!!!”
“Para todos que dizem que a Chanel perdeu a Chanel, talvez tenham esquecido que Gabrielle era uma verdadeira inovadora do seu tempo. Ela construiu seu legado sobre abraçar o novo em tudo. Essa era a força dela na moda. Então, deixe a marca avançar para explorar o novo. Tal como Gabrielle fez uma vez.”