A modelo Lana Santucci foi destaque do desfile da grife Maldito, realizado nesta segunda-feira (7), em Paris, em apresentação paralela à semana de alta-costura na capital francesa. A top model transgênero cruzou a passarela vestida de noiva pela primeira vez, fechando a apresentação, com criação das designers Helô Rocha e Camila Pedroza, feita em parceria com a marca do brasileiro Francisco Terra.

A marca foi criada em 2021, mas fez sua estreia nas passarelas de Paris agora, e trabalha com resíduos têxteis e tecidos reutilizados, criando uma moda com caráter de rua, de noite e antenada com o que a comunidade LGBTQIAPN+ busca. O trabalho experimental de Francisco já conquistou famosas como Miley Cyrus, Rosalía e SZA.

O vestido é composto por corset com ilhoses transpassados, transparência e tule, além de véu que envolve a cabeça e deixa o rosto à vista. “Foi um momento especial desfilar com tantas pessoas tão diferentes, com belezas diferentes, em que todos entregaram o seu melhor. Me senti acolhida pela marca em um momento que parece que a moda regrediu e voltou a um lugar bastante conservador”, disse Lana ao “Elas no Tapete Vermelho”.

Assim como o estilista, Lana Santucci, de 29 anos, também trabalha para reforçar a representatividade transgênero na moda nacional e internacional. Já foi eleita entre os destaques do prestigiado designer Rick Owens em desfile realizado na França em 2023, posou para M.A.C, Vivara, Paula Raia e À La Garçonne – de Alexandre Herchcovitch, estrelou desfiles na São Paulo Fashion Week e editoriais em publicações como Vogue, Elle, Glamour e L’Officiel, entre outras.

Em 2019, a paulistana despontou após participar do reality-show ‘Born to Fashion’, do canal E!. Consagrada neotop, Lana também foi clicada por nomes prestigiados como Bob Wolfenson. No Brasil, é uma das apostas da JOY Management, agência responsável por nomes consagrados como Erika Hilton e Lais Ribeiro.
Formada em Negócios da Moda, Lana integra a nova geração de modelos que traz representatividade à moda evoluindo o debate sobre identidade de gênero, na qual tornou-se importante voz na luta pela inclusão e respeito à diversidade. Em entrevista exclusiva ao “Elas no Tapete Vermelho”, às vésperas da Parada de Orgulho LGBTQIA+, em 2022, Lana disse: “A capacitação de um profissional, a capacidade de intelectual de uma pessoal não depende de cor, etnia, orientação sexual ou identidade de gênero. A pessoa trans não pode pode ser apenas cota dentro das empresas.”