Brigitte Bardot redefiniu a moda feminina com sensualidade e liberdade

Brigitte Bardot, que faleceu neste domingo (28), aos 91 anos, não apenas vestiu tendências: ela redefiniu códigos. Nos anos 1950 e 1960, a atriz francesa transformou a moda ao deslocar o eixo da elegância rígida para uma feminilidade solar, livre e assumidamente sensual. Seu impacto não se resume a peças específicas, mas à construção de uma imagem que misturava inocência e erotismo com naturalidade rara — e profundamente moderna.

Brigitte Bardot em "Quer Dançar Comigo?", filme de 1959 (Foto: Reprodução/IMDB)
Brigitte Bardot em “Quer Dançar Comigo?”, filme de 1959 (Foto: Reprodução/IMDB)

O chamado decote Bardot, ombro a ombro, sintetiza essa contribuição. Ao revelar a pele de forma despretensiosa, o modelo propôs uma sensualidade arejada, distante do glamour engessado da alta-costura da época. Vestidos leves, tecidos fluidos e silhuetas ajustadas ao corpo ajudaram a consolidar um novo ideal feminino: mais espontâneo, jovem e confiante.

Brigitte Bardot em "Quer Dançar Comigo?", filme de 1959 (Foto: Reprodução/IMDB)
Brigitte Bardot em “Quer Dançar Comigo?”, filme de 1959 (Foto: Reprodução/IMDB)

Bardot também foi decisiva ao elevar o vichy, xadrez miúdo batizado em homenegem à cidade francesa de Vichy, até então associado ao universo infantil, ao status de escolha adulta e desejável. Em vestidos de verão e produções campestres, o padrão ganhou frescor e charme, tornando-se sinônimo de romantismo francês.

Brigitte Bardot em seu casamento com Jacques Charrier (Foto: Reprodução/Instagram)
Brigitte Bardot em seu casamento com Jacques Charrier (Foto: Reprodução/Instagram)

Aliás, a atriz, cantora e defensora dos animais se casou com Jacques Charrier, em 1959, com um vestido de xadrez vichy, assinado pelo estilista Jacques Estérel. Foi o estilista que fez também a saia em xadrez vichy no filme Quer dançar comigo? (1959). A padronagem também esteve presente em outros filmes, elevando ainda mais o status da estampa,  também associada a toalhas de piquenique.

Da mesma forma, a atriz legitimou o uso das sapatilhas fora dos palcos, reforçando a ideia de que conforto e elegância podem caminhar juntos. Também entre as décadas de 1950 e 1960, apostou nos modelos da Repetto em fotos dentro e fora das telas de cinema. O uso da sapatilha de bailarina não foi à toda. Brigitte Bardot estudou balé desde os 13 anos no Conservatório de Paris. O look com calça jeans, regata listrada e sapatilhas, usado em Búzios, durante suas visitas em 1964, foram imortalizadas na estátua erguida em sua homenagem na cidade do Rio de Janeiro.

A moda praia também encontrou em Bardot uma de suas grandes embaixadoras. Biquínis, maiôs e peças leves passaram a integrar o repertório fashion cotidiano, rompendo barreiras entre lazer e estilo urbano. As calças capri, ajustadas e práticas, ajudaram a desenhar uma silhueta feminina moderna, menos formal e mais conectada ao ritmo real da vida.

Mais do que tendências, Brigitte Bardot deixou um legado de atitude. Seu visual, sempre acompanhado por cabelos soltos e maquiagem minimalista, consolidou o chic francês como algo intuitivo, quase instintivo. Uma influência que atravessa décadas e continua reaparecendo, com força renovada, nas coleções contemporâneas — especialmente quando a moda busca leveza, liberdade e sedução sem esforço.

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