O quarto dia da 60ª edição do SPFW terminou com show da cantora Pabllo Vittar, que se transformou em DJ para comandar as picapes no projeto Club Vittar, em palco armado na frente do Pavilhão das Culturas Brasileiras.
Pabllo tocou remixes de suas composições e de outras, numa festa dançante eletrônica. “Sempre fui apaixonada pela cena eletrônica e pela moda, então unir esses dois universos no SPFW vai ser incrível! Estou viajando pelo Brasil mostrando para os meus fãs outra faceta minha e ter a oportunidade de apresentar o Club Vittar na maior semana de moda da América Latina é algo muito especial”, disse.
Teve também famosos na passarela, como o ator e cantor Xamã e a rapper Duquesa, além do jogador Paulinho, do Palmeiras, no desfile de Dario Mittmann.
O dia, porém, começou com a alfaiataria revistada de À La Garçonne, de Fábio Souza, que foi da camisaria leve à roupa de festa estruturada e moderna. O desfile aconteceu no Teatro do Shopping Iguatemi.
Depois, já no Pavilhão das Culturas Brasileira, antes do primeiro desfile, houve a inauguração da exposição “Moda e Território: a bioeconomia brasileira em movimento”, com curadoria de Oskar Metsavaht e Paulo Borges.
Dezenas de looks que usam biomateriais e upcycling, como a jaqueta desfilada pela Osklen, em 2007, por Carol Trentini, feita de couro de tilápia. A peça é icônica, porque foi uma das que marcaram o E-Instituto, 2006, por Oskar, dando início à pesquisa e desenvolvimento de outras matérias-primas, como o couro de pirarucu.
Meninos Rei, com inspiração no mosaico cultural do Recôncavo Baiano, foi a primeira grife a desfilar no Ibirapuera. Vestes com estrutura das roupas das mulheres do terreiro de candomblé deram formas aos looks estampados, com babados e mangas bufantes, muitos enfeitados com acessórios de barro, como moringas e peixes, entre outros.
Depois veio a cearense Marina Bitu com homenagem à pintora Djanira, com estampas baseadas em pinturas, mas com muito plissado e acessórios metalizadas, valorizando ao extremo a feminilidade.
Leandro Castro foi o terceiro a desfilar, com suas roupas urbanas e agêneras, em preto, verde e um pouco rosa, pensadas a partir de de uma incursão feita na Amazônia, em que usou biomateriais da região, como cuias e madeiras de reflorestamento.
O meio ambiente realmente marcou presença nos desfiles. A marca cearence Catarina Mina se inspirou na carnaúba e todas as possibilidades da planta, responsável por parte da economia local, para criar sua coleção, que trouxe até a cestaria e a palha em alguns looks. O crochê e a renda de bilro, além do Richelieu e outros bordados não deixaram de enfeitar as produções.
Dario Mittmann, o último a desfilar neste quarto dia no Ibirapuera – teve ainda o desfile da Handred, em Higienópolis – brincou com o jogo Monopoly, misturando alfaiataria esportiva e streetwear. Xamã desfilou com conjunto estampado e brilho, levando no pé um tênis que lembrava pantufa. Bolsas em formato de Davis coloridos também deram as caras na coleção.
À La Garçonne
A grife À La Garçonne abriu o quarto dia da 60ª edição do SPFW, no teatro do Shopping Iguatemi, com uma camisaria descompromissada e evoluindo até a moda festa composta de tafetá e um pouco de transparências. A grife de Fábio Souza, que era desenhada por Alexandre Herchcovitch até o ano passado, não deixou de lado sua alfaiataria com toque esportivo.
Meninos Rei
Céu Rocha e Júnior Rocha, da grife Meninos Rei, levaram a cultura, o folclore, a música e o candomblé do Recôncavo Baiano ao SPFW. As vestes das mulheres dos terreiros de candomblé deram forma à maioria das roupas, com sua modelagem ampla e confortável. Assim, não faltaram volumes, babados e mangas bufantes. Mas se tinha uma ou outra roupa branca, as estampas assinadas por Leo Barbosa dominaram os looks, com peixes e carrancas entre os desenhos.
Marina Bitu
A grife Marina Bitu homenageou a pintora Djanira da Motta e Silva (1914–1979), tendo trilha sonora que incluía entrevista com a artista. Na passarela, looks inspirados nas obras Tecelã”, “Costureira”, “Bordadeira”, “Tecendo Rede”, “Charuteira” e “Escolhedoras de Café”.
Além de algumas estampas, nada muito literal, mas totalmente feminino, as peças traziam pétalas aplicadas, com muito plissado em organza de seda, tendo barras e punhos estruturados, dando volume a alguns looks.
Leandro Castro
Leandro Castro fez uma viagem à Amazônia, ao lado de estilista e pesquisador de tendências Walter Rodrigues, curador do projeto Bioma, do Sebrae, para apresentar sua segunda coleção no SPFW, chamada “Gaiafilia”, neologismo que significa amor à terra. Inspirada na conferência “Os Mil Nomes da Gaia” e na riqueza da região amazônica.
Por mais que pudesse ser explícito, Leandro trabalhou com looks agêneros, em formatos grandes, com aspectos destroyed, alguns lembrando tapeçaria e outros enfeitados com cuias colocadas de forma convexa ou côncava, além de esferas de madeira de manejo da floresta.
Catarina Mina
A grife cearense Catarina Mina é conhecida pelo seu artesanato representado pela renda de bilro e crochê. Nesta terceira participação no SPFW, acrescentou outros trabalhos artesanais, presentes na manipulação da palha de carnaúba.
Dario Mittmann
O estilista Dario Mittmann levou alguns artistas para desfilar na edição 60 do SPFW. Entre eles, o rapper e ator Xamã, que abriu o desfile e estará próxima novela das 21h da Globo, “Três Graças”. Teve a rapper Duquesa, Kayblack, MC PH e também o atacante Paulinho, do Palmeiras. Grag Queen, apresentadora do “Drag Race Brasil” e ícone da
comunidade LGBTQIAPN+, encerrou o desfile com look poderoso, que tinha até máscara, que ora cobria o rosto e ora cobria a nuca, por conta de um mecanismo.
Além dos famosos, as roupas desfiladas vinham com toque de alfaiataria e esportivo. Tinha body cavado, de alfaiataria, como o usado pela ex-BBB Beatriz Reis, na fila A.
