Paris e Milão: resumão das estreias na Chanel, Dior, Gucci e mais

O chamado Fashion Month (mês de desfiles em quatro cidades doHemisfério Norte, incluindo Nova York e Londres) mais esperado de 2025 acabou nesta segunda-feira (29) com o fim da semana de moda francesa. Com várias estreias em Milão e Paris, por conta das mudanças na direção criativa de grifes como Gucci, Balenciaga, Dior, Chanel, Bottega Veneta, Loewe, entre outras, a expectativas para assistir às novidades eram muito grandes.

Matthieu Blazy no desfile Chanel (Foto: Reprodução/Instagram/@chanel)
Matthieu Blazy no desfile Chanel (Foto: Reprodução/Instagram/@chanel)

A dança de cadeiras das grandes maisons aconteceu com nomes fortes estreando na direção criativa, como Demna Gvasalia (Gucci); Pierpaolo Piciolli (Balenciaga); Jonathan Anderson (Dior) e Matthieu Blazy (Chanel) fizeram suas estreias mostrando suas coleções para a temporada feminina de primavera-verão 2026. Ou seja, as roupas estarão disponíveis para venda no ano que vem. Exatamente quando os chefões das casas de moda vão analisar os números. Foi exatamente a parte econômica que fez com que houvesse tanta troca de diretores criativos.

Demi Moore de Gucci (Foto: Reprodução/Instagram)
Demi Moore de Gucci (Foto: Reprodução/Instagram)

Que tal um resumo das novidades apresentadas nos desfiles pelos novos nomes? Confira abaixo o que seis estilistas mostraram em seus primeiros desfiles nas grifes que acabaram de assumir.

Matthieu Blazy na Chanel

Matthieu Blazy, estilista egresso da Bottega Veneta, apostou em vários códigos criados por Gabrielle Chanel, mas levou mais leveza e ar jovial à grife centenária. “Para este primeiro show da Chanel, eu queria fazer algo bastante universal, como um sonho, algo fora do tempo, e fiquei fascinado pelo universo das estrelas, um tema tão querido pela casa. Todos observamos o mesmo céu, e acho que provoca as mesmas emoções em nós”, escreveu o estilista nas redes sociais da marca, citando uma frase da própria Chanel: “Adoro tudo o que está acima: o céu, a lua, eu acredito nas estrelas.”

 Entre os destaques, revisitou o icônico tailleur Chanel, recriando a padronagem do tweed (lã levada ao vestuário feminino pela estilista) em tecidos estampados ou com fios levíssimos, como seda. A modelagem mais solta, a cintura mais baixa, mangas arredondadas deram o tom às peças. Alguns conjuntinhos eram compostos por vestidos e casaqueto.

As camélias também apareceram nos looks, mas em versão descontruída, mais abertas, quase como se tivessem sido desenhadas por um artista impressionista. Cascatas de pérolas também surgiram ao lado dos conjuntos, assim como pretinhos nada básicos, alongados, com nós laterais e aplicações de brilhos localizados.

Jonathan Anderson na Dior

Tailleur Bar criado por Dior 1947, revistado por Jonathan Anderson (Fotos: Reprodução/Instagram/@dior)
Tailleur Bar criado por Dior 1947, revistado por Jonathan Anderson (Fotos: Reprodução/Instagram/@dior)

Jonathan Anderson (ex-Loewe) estreou no prêt-à-porter da Dior, durante a semana de moda de Paris, substituindo Maria Grazia Chiuri. A inspiração foi bem clara e remeteu ao passado da tradicional maison francesa e a alguns de seus estilistas, como John Galliano (1996–2011), Marc Bohan (1958–1989) e a própria Maria Grazia Chiuri (2016–2025). Na pirâmide invertida que ornamentava a passarela, imagens e filmes do passado da casa apareciam durante o desfile.

New Look Dior revistado por Jonathan Anderson (Fotos: Reprodução/Instagram/@dior)
New Look Dior revistado por Jonathan Anderson (Fotos: Reprodução/Instagram/@dior)

Isso não significa, porém, que o irrequieto Anderson ficou apenas no passado. Os looks, com laços, minissaias, plissados, trançados de fitas na barra, saia ampla, lembrando o New Look Dior, criado em 1947, vinham com um pé no futuro. Entre os destaques, o icônico Tailleur Bar, criado em 1947, revisitado com peças modernas, como blusa plissada e saia com pegada street.

Pierpaolo Piciolli na Balenciaga

Pierpaolo Piciolli, que saiu da Valentino em 2024, sendo substituído por Alessandro Michele, estreou na Balenciaga, depois de anos de experimentações mostradas por Demna Gvasalia, agora na Gucci. O italiano manteve a vibe moderna trazida pro Demna, mas sem deixar de lado a femininilidade potente do fundador espanhol Cristóbal Balenciaga.

Silhuetas orgânicas, amplas, apareciam com tops retos e cropped; camisas brancas oversized, com nós nas pontas; óculos pretos grandões, marca da gestão de Demna também surgiram. Tudo numa mistura de minimalismo com exuberância. De elgância de festa com moda de rua.  E, como disse uma seguidora das redes socias da marca: “A coleção gritou Cristobal Balenciaga”.

Demna Gvasalia na Gucci

 

 

View this post on Instagram

 

A post shared by GUCCI (@gucci)

Não podia ser diferente. A chegada de Demna Gvasalia na Gucci, depois de balançar os alicerces da Balenciaga, não podia ser normal. Sem desfile, simplesmente o estilista refugiado da Georgia, lançou sua coleção com um curtametragem com grande elenco, chamado “The Tiger”. Leia-se Demi Moore, Edward Norton, Ed Harris, Elliot Page, Keke Palmer, Alia Shawkat, Julianne Nicholson, Heather Lawless, Ronny Chieng, Kendall Jenner e Alex Consani.

Dirigido por Spike Jonze, diretor de “Quero Ser John Malkovich” (1999) e Halina Reijn, diretora de “Babygirl” (2024), o curta é uma alegoria alucinógina da própria família Gucci, com Demi Moore no papel de Barbara Gucci, que convida um consagrado editor da revista “Vanity Fair” para usa reunião íntima em comemoração ao seu aniversário, em que estáo presentes seus filhos. Com um alucinógino colocado na bebida, há uma espécie de apelo à liberdade. Em alguns momentos, não dá para esquecer a personagem de Demi no filme “A Substância”, para a qual foi indicada ao Oscar.

 

View this post on Instagram

 

A post shared by GUCCI (@gucci)

Foi uma coleção cápsula, disponível apenas em 10 lojas do mundo todo até 12 de outubro. A mão de Demna estará mais presente na coleção de outono-inverno 2026/2027. Estão lá ternos leves, casacos de pele, vestidos pretos, casacos vermelhos, longos dourados e floridos, peças com monogramas, outras com couro, referências à época de Tom Ford na maison e mais. Demna não veio para brincadeira, ainda que brincar com história, formas e estruturas seja o trabalho mais sério do estilista.

Louise Trotter na Bottega Veneta

A britânica Louise Trotter assumiu a direção de estilo da Bottega Veneta, que desfilou em Milão, no lugar de Matthieu Blazy e apostou na mistura do sóbrio com o casual, trabalhando também com volumes, especialmente nas saias amplas. Também fez um mix de elementos arquitetônicos, esportivos, de alfaiataria e tricôs. Assim como na Dior e na Chanel, plumas também pontuaram alguns looks, como casacos, blusas e saias.

Jack McCollough e Lazaro Hernandez na Loewe

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por LOEWE (@loewe)

“Entrar na Loewe é assumir códigos moldados ao longo de 180 anos de história, definidos, acima de tudo, por um compromisso duradouro com o savoir-faire e com sua identidade espanhola. Nossa tarefa é levar esse espírito adiante, interpretando-o através da nossa própria lente distinta”,disse a dupla Jack McCollough e Lazaro Hernandez. Ambos fundaram a marca Proenza Schouler, em 2002. No começo deste ano, deixaram a grife para assumir a vaga de Jonathan Anderson na grife de luxo espanhola, que desfilou em Paris.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por LOEWE (@loewe)

Na passarela, peças coloridas, mistura de tonalidades, saias assimétricas, vestidos, blazers e saias encorpadas, de couro pintado, dando a impressão de neoprene, bolsas grandes, como a Amazona 180, projetada para ser usada aberta.

Leia Também

Você também pode gostar

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui