Produtora de “O Agente Secreto” veste look brasileiro em Cannes

Produtora do filme “O Agente Secreto” e mulher do diretor Kleber Mendonça Filho, a francesa Emilie Lesclaux elegeu look do estilista catarinense Jay Bogoo na cerimônia de premiação da edição 78º do Festival de Cannes, em que o filme saiu com duas Palmas de Ouro inéditas: melhor ator para Wagner Moura e melhor diretor para Kleber.

Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux (Foto: Soraya Ursine/Divulgação)
Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux (Foto: Soraya Ursine/Divulgação)

O modelo foi desenvolvido a partir de um tecido composto por algodão rústico e linhão, materiais escolhidos pelo estilista considerando o clima da Riviera Francesa — com temperaturas amenas e ventos constantes durante os dias de festival. “Eu queria uma peça que tivesse peso, mas que fosse confortável para um tapete vermelho durante o dia, sem exigir outras camadas por cima”, explicou Jay, que vestiu outras personalidades durante o festival, como a atriz Jacqueline Sato e Isa Salmen, além da curadora Ilda Santiago.

Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux (Foto: Soraya Ursine/Divulgação)
Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux (Foto: Soraya Ursine/Divulgação)

A peça integra a coleção “Cannes à Boggo”, apresentada pelo estilista ao longo do festival,
composta por 13 looks criados para diferentes momentos da programação. “Orgulho imenso em fazer parte desse momento histórico para o cinema brasileiro”, escreveu a marca no perfil do Instagram. O look é composto por saia e blazer, com barra costurada com as listras horizontais e finalizada a fio. O blazer vem com aplicações que lembram flores, lembrando uma textura em 3D.

Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux (Foto: Soraya Ursine/Divulgação)
Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux (Foto: Soraya Ursine/Divulgação)

Em outra publicação no Instagram, o estilista Jay Boggo escreveu sobre o fato de vestir pessoas para o tapete vermelho de Cannes. Confira abaixo:

“Vestir alguém para o tapete vermelho — ou para qualquer momento dentro do cinema — é um ato de criação conjunta. Minhas roupas carregam histórias, e quem as veste precisa desejar continuar essa narrativa. É uma responsabilidade mútua.

Nós, brasileiros, sabemos imprimir como ninguém o charme, a fluidez e o balanço de um país inteiro em movimento. E eu saio de Cannes profundamente satisfeito.

Fui o brasileiro que vestiu várias mulheres entre estreias, eventos e coletivas de imprensa. Vestir atrizes como Jacqueline Sato, que carrega em sua trajetória a luta por visibilidade das múltiplas raças que compõem o Brasil; Isa Salmen, em plena construção de uma carreira internacional potente; e Talize Sayeg, brasileira à frente de importantes movimentos do cinema em Los Angeles — é entender que moda e narrativa caminham juntas. São vozes, corpos e histórias que merecem ser olhados com atenção e respeito.

Tive ainda a honra de estar próximo ao time do filme O Agente Secreto, e a possibilidade de vestir, mesmo que por um instante, Emilie — uma das maiores produtoras de cinema do Brasil — me marcou profundamente. Assim como vestir Ilda Santiago, uma potência do cinema brasileiro.

Não busquei nomes que me trouxessem representatividade. Busquei almas que conversassem com minhas roupas — estruturadas ou fluídas — e que carregassem o cinema no corpo, como quem respira arte. Saio com a missão cumprida e muito orgulho no peito.”

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