A bailarina e influencer amazonense Isabelle Nogueira fez neste fim de semana a primeira edição do Festival da Cunhã, com shows de nomes como Maiara e Maraisa e convidados, com o GKay, Sarah Andrade, Dani Hypolito, Blogueirinha, entre outros. O evento promovido por Isabelle, que é cunha-poranga do Boi Garantido, foi beneficente.
Para as noites de show, vários convidados vestiram peças que têm ligação com a Amazônia, entre eles GKay, que usou look desenhado pelo estilista amazonense Kaleb Aguiar. A peça tem como inspiração na lenda do Bicho Folharal, entidade protetora das matas, dos rios e dos povos da floresta. “Não se trata de uma reprodução literal da figura lendária, mas de uma releitura simbólica — uma evocação estética que homenageia a força ancestral da floresta e seus guardiões invisíveis”, escreveu o estilista em seu perfil do Instagram. “Como pode um look ser lindo assim?”, disse GKay nas redes sociais.
“A escolha das cores foge ao verde tradicional. Aqui, as folhas ganham outras matizes para expressar mais do que camuflagem: um lado do corpo veste-se de folhas azuis, em referência ao Boi Caprichoso; o outro lado é adornado com tons que remetem ao Boi Garantido. A proposta é uma sincretização visual dos dois bois, como se cada lado da floresta encontrasse o outro — não em disputa, mas em comunhão. As folhas representam não apenas a natureza, mas também a cultura viva, resistente, híbrida e simbólica de um povo que canta, dança e se transforma”, continuou a explicação, lembrando da rivalidade entre os dois bois, que acontece no O Festival Folclórico de Parintins, que este ano será realizado entre os dias 27 e 29 de junho.
O estilista disse ainda que o look é, acima de tudo, um manifesto. “Uma raiz que adentra o solo da Amazônia e se nutre da sabedoria dos povos-floresta. Como o Bicho Folharal, guerreia contra a ganância e o extrativismo cego que transforma vida em lucro. Ele pede licença à floresta e nela caminha, silencioso e vigilante, como tantos outros corpos que resistem nas margens, camuflados, fortes, comunitários.”
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“E no final do texto, Kaleb fez um pedido: “”Que cada folha (de pena) costurada neste corpo represente não só beleza, mas também uma promessa de luta, de cuidado e de pertencimento. Porque só com o coletivo podemos espantar os invasores e manter viva a alma da floresta”, escreveu.
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