SPFW termina em samba e circo

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Por Rosângela Espinossi

E a 43ª edição do SPFW acabou em samba e circo. A marca Lab – Laboratório Fantasma, dos irmãos Emicida e Evandro Fióti, e a Amapô Jeans, da dupla Carolina Gold e Pitty Taliana, levaram não só música ao vivo na passarela do evento, como mostraram que moda pode ter um viés político, sem ser chato, nem triste. mas alegre, divertido e diversificado. Pouco antes das duas grifes, a carioca Reserva preparou uma apresentação com banda ao vivo e drinques para os convidados.

Se esta edição da semana de moda paulista veio com novos conceitos – o see now by now (veja agora, compre agora), com coleções vendáveis, para agradar em cheio ao gosto do consumidor – e com ausências muito sentidas, como Ronaldo Fraga, Reinaldo Lourenço, Gloria Coelho e Iodice, os desfiles talvez tenham servido para dar um ânimo na moçada que se ressentia de criatividade. E teve ainda mais. Veja resumo do último dia e clique aqui para saber como foi o desfile da marca Ratier.

SAMBA INVADE O RAP

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Lab Fantasma repetiu a fórmula de colocar modelos, em sua maioria negros e fora dos padrões, na passarela. E isso não é crítica. É uma prova de que moda não é apenas um monte de modelos magérrimas servindo como cabide (sim, é essa a função de muitas delas). É roupa de vida real, bem feitas e acabadas, de rua, de brother. Nasceu como streetwear e se mantém assim. E o desfile, mais um vez, foi a extensão da alma musical dos dois irmãos (lembrando Lab Fantasma é o nome do selo e da empresa que gerencia a carreira de Emicida, pilotada pelo irmão Evandro, também músico). Apesar do rapeiro, foi o samba que deu ritmo à coleção mostrada no SPFW, batizada de “Herança“.

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Os irmãos cresceram ouvindo samba e, por isso, pediram para o o estilista João Pimenta buscar elementos do ritmo tão brasileiro. Na passarela, os ternos típicos dos sambistas e “malandros” ganharam roupagem street, mais largas e urbanas. Os joggings, as jaquetas, as camisetas alongadas (quase túnicas), moletons, doudoune (jaquetas de náilon fofinhas) ganharam companhia de peças bordadas pela mãe dos donos da marca, dona Jacira, presente na Fila A, levada no final pelos filhos para um passeio na passarela.

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Os bordados contam histórias das rodas de samba, das diásporas africanas e do ritmo, tudo muito colorido e exclusivo. A “política” entra em em estampas como a imagem da Bandeira do Brasil desconstruída e em preto. Mas tem também confetes estampados e, em meio a tanto preto, azul-marinho, bordô, branco e mescal, há pinceladas de azuis e rosa. Listras diagonais, imagens de Elza Soares estampas, moletons cropped e oversize, além de calças saruel (aquelas com gancho baixo) e jaquetas bombers bordadas com paetês escuros e foscos. Muitas dessas peças já estão à venda no site www.labfantasma.com, com preços que cabem no bolso. Um vestido t-shirt, por exemplo, custa R$ 119,90.

JEANS INVADE O CIRCO

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A Amapô Jeans leva a modelagem e o acabamento dos jeans a sério, mas as sócias Carolina Gold e Pitty Taliani gostam mesmo é de se divertir na passarela. Não foi diferente dessa vez, com desfile circense elaborado pelas duas. “Respeitável público. Vamos rrrrrreceber… O espetáculo da vida do povo brasileiro, sempre na corda bamba, desde os anos 60, domando um leão por dia, na insegurança do trapezista, carregando um elegante nas costas sem perder a leveza. (…) uma palhaçada geral (…)”, dizia o material de divulgação da Amapô.

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Na passarela, as modelagem dos jeans (calças, camisas, macacões, vestidos, bermudas) ganharam modelagem amplas, algumas até estruturadas, como calças de palhaços, aplicações de bolas de jeans escuros sobre claros, peças como camisas de força e até “irmãs siamesas”.

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Também teve crianças desfilando, uma delas Henrique, o filho de Paulo Borges, diretor do evento, e Safira, filha de Carô Gold. Teve também elegantes e palhaços malditos criados em relevo nas peças. Tudo isso no dia em que foi deflagrada a operação Carne Fraca, da Polícia Federal.

HOMENS INVADEM A PASSARELA

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A carioca Reserva, que voltou ao evento paulista após quatro anos, armou uma festa no último andar da Bienal do Ibirapuera. Já no convite, avisou que não tinha feito um convite bacana nem preparado brindes incríveis para doar este dinheiro ao Banco de Alimentos. Cada convite rendeu cinco pratos de comida a quem passa fome. Lá em cima, a MeA Brass Band recepcionava os convidados, que também podiam se servir de drinques e cerveja enquanto o “desfile” não começava.

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E não foi desfile, foi um apresentação diferente. Os modelos subiam e desciam de blocos de vários tamanhos, posicionados lado a lado, até parar  sobre um deles. Homens de todas as idades e estilos: loiros, ruivos, negros e grisalhos mostravam as peças da grife comandada por Rony Meisler.

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Muitas parkas, peça mais do que tendência entre as tendências, camisas e calçados com florzinhas Liberty London, numa associação com a própria marca inglesa, e estampas com a primeira versão do Pica-Pau (o desenho da Universa Studios). Trata-se da versão do pássaro bem doidão.

CONFORTO E RELAX INVADEM A PASSARELA

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A marca A.Niemeyer estreou no SPFW com uma vibe de conforto e relax (como também mostrou a Cotton Project no dia anterior). Na passarela, muita lã e tons claros, do branco ao areia, apareceram em roupas largas, aconchegantes, em formas de casulos, de recolhimento. Modelos clochards e saruel se misturavam a casacos amplos e compridos. Um paz e amor fashion.

E MAIS INVASÃO

O SPFW foi também palco de um desfile conjunto de quatro marcas do Projeto Top Five, uma parceria do Sebrae e do Instituto Nacional de Moda e Design (In-Mod). para se apresentarem no evento de moda paulista. A ação deu consultoria a cinco enpresas: PH Praia (RJ), Adriano Martin (SP), Amabilis (ES), Green Co. e Jardin (MG). A Amabilis se apresentou na edição passada do SPFW. E dessa vez, as demais mostraram suas criações.

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Adriano Martin mostrou suas roupas de festas ricamente bordadas.

top-jardin_cepeda1A Jardin, de Bharbara Renault, mostrou uma coleção inspirada no Oriente, com sobreposições leves e amarrações.

top-greenco-cepedaA Green Co mantém o foco no meio ambiente, sempre buscando alternativas sustentáveis por meio de produtos ecologicamente corretos.

elas_no_tapete_vermelho_ph_praia_cepedaA PH Praia levou modelos como Isabel Hickmann, Renata Kuerten, Carol Francischini e Vivi Orth com seus maiôs, biquínis e tops com estampas geométricas e botânicas.

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