Imune ao Botox? Eu?

Foto: Ouibelle/Reprodução
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Dá para ficar imune ao Botox? Segundo a International Society of Aesthetic Plastic Surgery (Isaps), a aplicação da toxina botulínica é o procedimento estético não cirúrgico mais realizado no mundo, com mais de 4,6 milhões de aplicações em 2015. “Mas temos visto pacientes resistentes à neurotoxina”, fala a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Isaps. “Em algumas pessoas, a toxina não consegue bloquear a contração muscular.” E isso pode acontecer por diversos motivos.

Nada de resultado

Um estudo alemão publicado no Journal of Neural Transmission destaca que um em cada 200 usuários regulares da toxina botulínica desenvolveu anticorpos contra a substância. Mas em muitos casos, explica a Dra. Beatriz, logo na primeira aplicação o paciente não consegue ver o resultado. “Existem várias marcas da toxina botulínica no mercado, mas esse é um produto caro. A ampola vem com um pó, que tem de ser diluído. O paciente nunca questiona ou pergunta qual a diluição que foi feita, ou mesmo que produto foi utilizado”, afirma. “Uma subdose pode deixar o efeito menos duradouro e, nesse caso, o paciente pode precisar de outra aplicação mais rápido. Isso pode sensibilizar o organismo, que pode produzir anticorpos contra a toxina de forma que ela não terá mais efeito”, acrescenta. A aplicação em músculos errados e em doses não compatíveis estão entre os principais motivos.

Aplicação com especialistas

Hoje, vários profissionais estão aplicando a substância: enfermeiros, fisioterapeutas e dentistas. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica orienta procurar um profissional experiente nesse tipo de procedimento. Há 43 músculos na face e é vital que a pessoa que aplica as injeções de toxina botulínica entenda e identifique os pontos corretos para otimizar seu tratamento. “Além disso, é necessário evitar aplicações com intervalos pequenos: o recomendado é ao menos 3 meses”, diz.

Efeitos colaterais

O mais dramático efeito colateral, segundo a médica, é o enfraquecimento do músculo que eleva a pálpebra de cima, deixando-a caída. “Mas os efeitos colaterais vão além: assimetria das sobrancelhas ou elevação demasiada e sensação de bolsa abaixo dos olhos quando há flacidez local. É muito comum pacientes que apresentam sobrancelhas muito baixas ou excesso de pele em pálpebras superiores contraírem o músculo da fronte tentando compensar e abrir mais os olhos.

Rosto congelado

Outro efeito colateral resultante da aplicação errada é aquele rosto congelado, muitas vezes artificial!

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